O homem de molas
Caminhava e pedia esmolas
Esparso, alegre cantarolava
Era um, era dois
E mais uma garrafa descia-lhe ao gargalo
Pirateava mais uma vez
Tropicava sorridente e sem dentes
Uma esmola meu senhor
E esquecia tudo outra vez
Descia a rua, o homem de mola
Que esmola que nada
Sentava no chão molhado
E esquecia tudo outra vez
No peito batia, mas mola ainda tinha
Qual mola, meu senhor
Estou lhe pedindo uma esmola