terça-feira, 21 de setembro de 2021

O rei e a rainha



 "Uma rosa de infinita beleza não pode evitar nascer sem seus espinhos, mas ao aparar os espinhos pode-se evitar a dor de quem a toca."

Difícil é tornar visível aos olhos, qualquer sofrimento latente, como ferida exposta, vê-se suas vulnerabilidades. Entretanto, toda dor já não é mais um obstáculo quando se toma reconhecimento de sua existência.
Na milagre da vida, não viemos para termos felicidades, mas para sofrer - sofrimento este que não se busca, mas que o acompanhará durante toda existência do homem, como ser individual. O sofrimento, em muito dos seus efeitos o tornará forte, caberá a cada individuo sair do estado de negação interior, do mundo de conceitos preconcebidos, e das ilusões propostas. Se ao invés disso o indivíduo negar, estará sujeito a sabotagem, que consiste em se enganar.

Embora muitos prefiram a sabotagem, existem aqueles que buscam a renovação.

Vencendo o rei e a rainha 

Usa-se esta expressão para melhor representar a grandiosidade do narcisismo, que se coloca mediante ao mundo, como ser possuidor de muitas coisas. 
É comum reconhecermos o ser na qual habita uma energia muito negativa, que até então é aparentemente normal - porque vivemos em um mundo conturbado. Mas então, menciono algo mais profundo, que vai além de qualquer aparência. Uma maneira de se chegar ao esperado, é reconhecer a colocação da "sombra narcisista"- isto é, o ato que permeia inconscientemente como uma escuridão total no indivíduo. Caracterizado como alguém que leva uma vida aparentemente normal, social, bem distribuída. No entanto, na realidade é exatamente o oposto, o narcisista vive da aparência exterior, reconhecedor de vulnerabilidades, que por meio de discursos e chantagem emocional torna cativo, outros indivíduos, pela convicção, pela persuasão, e sua astúcia empregados na fala corporal.

Aqui vão apenas alguns conselhos;

- Não retorne a resposta com a mesma intensidade da fala opressora.

- Estabeleça suas próprias convicções no tempo oportuno.

- Não se culpe pelo erro do outro.

- Esteja certo do efeito da fala e da suas consequências, saiba discernir de quem veio o palpite. 

- Perdoe seu ofensor - parte mais difícil, mas peça forças a Deus e então, supere.

O seu ofensor tentará te diminuir, te reduzir ao pó. Mas isso não é verdade, você vale ouro, não o ouro material mas como comparativo pelo milagre da vida, e da responsabilidade com sua alma e personalidade. Pelas asas do espírito podemos voar, assim, já recebemos o sopro da vida para qual é preciso buscar entendimento, conhecimento, sabedoria - que vem com o tempo e a experiência.

domingo, 12 de setembro de 2021

Saindo do comodismo e o ato de despreocupar-se

 


Como dizem popularmente, o ser que amadurece sabe que não pode alterar a estrutura estabelecida, não se pode mudar nada inicialmente, e este por conseguinte não se importa mais com isto. 

Entretanto, se nota que existem conceitos preestabelecidos, isto é, vindo de um processo anterior, que deve ser reconhecido como o que é cômodo, por cômodo me refiro ao mal costume das ações e atitudes. 

O comodismo moderno de simplesmente não "achar nada". Acomodar-se com a forma de não pensar, de não se expressar, de não atuar, como dizia Clarice sobre o ato de escrever,  o "concatenar". A obscuridade do medo, provoca ilusões como a timidez que por sua vez, serve de tropeço e negação do indivíduo humano.


    (Retrato de Clarice Lispector, esboço)


Cito o exemplo de Clarice Lispector, na qual me dá condições para colocar as palavras bem ordenadas; em suas obras literárias, a autora fala de uma forma inconsciente e ativa sobre uma espécie de transição psíquica, através do estado de coisas que ela passa a enxergar para muito além da realidade externa. 

Clarice sofre o conflito interior de se sentir completamente presa e sem uma linguagem que possa representar o que vê, através das palavras. A verdade é que não se encontra as palavras, elas surgem, de uma determinada coordenação emocional muito profunda, e condição de espírito, para o qual sofre por momentos intensos de estar viva em um corpo de carne.

 O indivíduo aqui se transfigura com muito cuidado com as palavras, dando surgimento a vários contos e passagens que sob a forma de personagens, possam desenvolver uma comunicação e cenário com este ser que é puramente espiritual. 

Deste modo, nos faz lembrar o mito de Sísifo, que faz refletir a nossa luta contra a própria ignorância, que por preguiça,  nos leva a desencorajarmos uns aos outros como força ativa, de forma que, em consequência dos atos, caímos como efeito dominó. A insistência inconsciente, por assim dizer, é o que reestabelece a estrutura maior da consciência, como atividade complementar.

O ser humano, portanto, é composto por corpo, alma e espírito. É uma junção de dor e sofrimento, aceitação da estrutura estabelecida, e esforço espiritual individual.

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

A fragilidade do ego

Muitos de nós não compreende o que faz um ego fragilizar-se. Entre diversos fatores, existe um, aparentemente que possamos entender. O ego é a composição do seu "eu", que varia entre o que você adere na vida, e mais tarde quem se tornou. 

Neste tempo obsoleto de uma auto estima saudável, nos deparamos com um aparente fracasso interior. 
A mente está se apegando as coisas, de modo que o cega para as outras àreas do conhecimento humano. A coisificação, isto é, o estado de coisas, atrapalha a sua visão. 
Existe portanto, o canal da expressão. A expressividade do indivíduo deve ser exercida no caminho da intuição, já que se dispõem a inspirar-se, preparando-se para aplicar a sua atividade.

No entanto, também existe a forma do ego se compor ou recompor por essas atividades. Deste modo, sempre surge um estado de negação interior que prejudica este caminho. Pois a mente e o coração mal ordenados resulta em ilusões e decadências. Não digo apenas isto ao artista mas de maneira geral, em todos os seres humanos.

  (Fandango de Ribatejo - Dança do Folclore Português)

Na arte folclórica tradicional de qualquer país, pode se encontrar uma matriz de estruturação do ego individual e o coletivo. Daí surge o ato de cantar e dançar espontaneamente, tocar um instrumento musical, de forma natural e bem distribuída. Este é o legado deixado pelos nossos ancestrais, uma comunicação maior com o ser. Bem representada, buscando honrar, atribuir, distribuir, os valores, as crenças, a personalidade de uma nação conjunta, onde surge a harmonia entre a identificação do ser e a unidade real. Usamos de simetrias, cores, movimentos, composições, ritmo, harmonia, métrica, e etc. Tudo para a integração de ser alguém perante o mundo, em níveis mais altos.

O desafio portanto, é sair dos "ismos". E por um momento sentar e prestar-se a ouvir, maiormente escutar. E simplesmente acontece, uma relação maior surge, por exemplo, a música tocada e cantada por um artista de rua, tem o poder tem ajuntar pessoas de diferentes culturas, reunindo-se em volta para dar atenção ao que lhe chama a intuição maior, de contato da ordem criativa. A música acompanhada de um ritmo apreciavel tem a capacidade de transmitir muitas emoções distintas mas esta não precisa sequer de palavras para fazer com que todos a entendam, independente do seu idioma nativo. 

Então, a fragilidade do ego é muita das vezes a fonte causadora de problemas entre as pessoas, porque depende de uma ordem criadora, não submetida aqui a uma ordem crítica de primeira instância e sim, como forma de se aprender a ouvir, escutando, intuindo o conhecimento. Se por outro lado, se julga impulsivamente e sem menor ideia do que aquilo seja ou represente, não há condições para que isto exista de fato, esta relação criadora é negada, e não se busca intuir suas formas, nada flui. 

Se torna um ego frágil que não se relaciona a uma identidade coletiva, portanto a relação do ego é para ser tratada a sério, mas sem se apegar a uma concepção precipitada. Esta é a maleabilidade do espírito, pois se buscando conhecer, é que se encontra as respostas que precisa, na simplicidade do ser em "ser" e não sendo forçoso.

sexta-feira, 3 de setembro de 2021

Lei da Observância - Still Life, ou Natureza Morta

     (Esboço do Método Mozart Couto)

Semelhantemente a observar a natureza, como dito no post anterior, este estilo de desenho ou arte, é a captação do estilo de vida existente, por um olhar na materialidade das coisas. Enquanto que observar a natureza é a captação de elementos naturais, reais, imaginário ou divino.

É importante notar que é também uma maneira de memorizar uma identidade dentro de um contexto histórico. Quem era, como fazia, o que fazia, onde morava. Não somente limitando a isso mas buscando por assim dizer, uma reflexão sobre a existência. É uma investigação profunda na cultura como um todo, como em um trabalho arqueológico. 

A esse estilo se apresenta a forma perfeita da matéria, buscando a composição da harmonia, a harmonização das cores, a posição de seus objetos, o estudo de luz e sombra, o grau de realidade em dimensões do material escolhido. 

Estilo muito utilizado para iniciantes como prática de esboço na aula de arte, justamente porque respeita a ordem natural das coisas dentro da realidade. Não se coloca objetos sobre a mesa, de forma flutuante, assim seria abstração da realidade. É portanto, fruto de um exercício de estruturação. 



A importância da Pintura

Para quem pinta Reorganiza sua convicção, separa o que é material do que é espiritual, te ajuda psicologicamente se sentir dentr...